
Ele já teve contos publicados em diversas antologias, como Retalhos (Andross), Contos - Coletânea All Print e é autor convidado do Draculea - O livro secreto dos vampiros (All Print). Além de escrever, também é músico, revisor e editor de um dos sites mais importantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (o www.forumdeliteratura.com).
Agora J. P. Balbino vem a nós para falar do seu trabalho, novos projetos e claro sobre Lobisomens!
LAR: O que define um lobisomem para você?
Um adorador da lua cheia, que colhe dela não só sua forma lupina, mas também força, vivacidade e outros pontos mais que o transformam nessa criatura tão fascinante.
LAR: Como é ser autor nos dias atuais? Há mais chances de entrar nesse mercado editorial concorrido?
Estou fazendo uma pesquisa a pedido da UFRJ sobre a Literatura Fantástica nos tempos de hoje. Por causa disso, fiz entrevistas com várias pessoas do meio literário, desde escritores a donos de editora. Para ser sincero, pelo que pude constatar por experiência própria e pela pesquisa, vejo que o mercado editorial está se abrindo lentamente. Ainda é difícil chegar a uma editora grande, ter livro na vitrine e aparecer em jornais, mas publicar um livro está, aos poucos, deixando de ser um bicho de sete cabeças. Tem muitas editoras especializadas em livros de baixa tiragem, temos prestadoras de serviço. Chegar ao topo em qualquer forma de arte no Brasil não é fácil, mas com o livro digamos que a subida está deixando de ser tão íngreme. Já viu a dificuldade de bandas iniciantes em conseguir uma gravadora, mesmo pequena e pagando? Fazendo a comparação com o mercado de livros, estamos um passo a frente.
Quanto a ser escritor, infelizmente ainda temos que não só pensar em escrever, mas pensar em vender também. Acho que até mais do que pensar em escrever (risos). O Brasil é um país de poucos leitores infelizmente. Se só precisássemos nos dedicar à escrita, seria perfeito.
LAR: Como foi o convite para escrever a orelha frontal do livro Ethernyt?
Conheci o Márson Alquati, autor do Ethernyt, pela internet. Na época nem sabia que ele era escritor também. Um certo dia, depois de muita conversa já, ele me falou do livro e me mandou o original. Eu li e daí veio a ideia da orelha. Sem dúvidas é um ótimo livro, recomendo a todos.
LAR: O que acha da ideia de antologias divulgando autores novos?
Na intenção de divulgar novos autores é ótimo. Eu comecei publicando contos em antologias e hoje tenho um livro lançado, um outro no prelo e estou acertando com uma editora mais um para o ano que vem. Sei que só consegui isso porque, logo no iniciozinho da minha carreira, participei de muitas antologias, o que me deu um certo público e fez com que as pessoas me vissem como escritor.
LAR: Os vampiros sempre tiveram grande poder na mídia, mas os lobisomens ainda estão engatinhando nesse meio. Faltam novos autores ou interesse das pessoas nesse assunto?
Os vampiros são mais fácil de serem identificáveis pelas pessoas. Então alguém lê o livro, pensa: "nossa que legal, queria ser assim". Quanto aos lobisomens, talvez pela falta de mais obras como Sangue e Chocolate, as pessoas os vêem como monstros que perdem o controle com lua cheia e se transformam em caçadores sem escrúpulo. Por isso, quando alguém lê um livro de lobisomem pensa apenas: "nossa, que legal". Por que tem muitos jovens investindo na música, por exemplo? Porque vêem um rockstar e pensam: "quero ser assim". O tema lobisomem rende muuuuito muito mesmo. Só precisa de bons escritores que façam as pessoas desejarem os lobisomens, desejarem que de fato existissem e, porque não, que pudessem ser um.
LAR: Como teve a ideia para A seita do caos?
Vendo o filme Minority report. Me encantei de imediato por aquele cenário futurístico e aquele conflito bem trabalhado. Para quem não sabe, o A seita do caos, conta a história de Klaus Lennertz, um médico que, no futuro, descobre a cura para o vírus que quase destrói a humanidade. A obra tem início com o mundo voltando ao normal após a grande devastação do vírus e Klaus sendo visto como uma celebridade. Só que ele recebe uma mensagem misteriosa, informando que o vírus voltará em breve e que só um desconhecido chamado Leonardo Cass sabe a verdadeira forma de pará-lo. Ao constatar que o vírus realmente retornará em pouco tempo, Klaus resolve procurar Leonardo, só que, ao fazer isso, ele passa a ser perseguido por uma seita milenar que usa a Teoria do Caos para mudar fatos importantes pelo mundo e, desta forma, reger a humanidade.
A seita do caos é uma trama de rápido andamento, com bastante ação e final surpreendente.
LAR: Você tem outros projetos fora da literatura?
Tirando a de casar e ser feliz com minha namorada Monique, não. Na verdade, saí da banda que tocava há pouco para poder me dedicar mais à literatura.
Dentro da literatura, acabei de criar com a editora Multifoco o selo Ícones, que se destinará a novos talentos da ficção. Meu projeto que criei com outros três escritores aqui do Rio – Higor Porto, Gerson Couto e Leonardo Brum –, intitulado O Vale, sairá por este selo e com uma tiragem bem maior que a normalmente feita pela Multifoco.
Além disso, estou em parceria com Nelson Magrini, J. Modesto, Rosana Rios, Roberto Causo, Ademir Pascale e Adriano Siqueira em um livro que se chamará Caixa de Pandora, mas que ainda não há previsão de lançamento.
LAR: O que existe de mais encantador nos lobos que não existe nos vampiros para você?
O fato de terem o corpo completamente transformado. Sempre achei uma ideia fantástica um homem normal mudar seu corpo de forma tão radical. Isso é algo que os vampiros não têm. Eles são vampiros o tempo todo, diferente dos lobisomens que deixam a frágil figura humana para encarnar algo muito mais forte e sagaz.
LAR: Como é o projeto do livro Das Sombras que lançara pela Scarium no final do ano?
O Das Sombras trás a história de um editor de jornal chamado Vítor Codesso que é contratado para escrever um livro sobre casos paranormais verídicos. Ele faz várias entrevistas para coletar dados, mas, após a última delas, com a menina Clara, ele passa a vivenciar uma série de macabras atividades sobrenaturais. Ao procurar Clara para saber o que estava havendo com ele, Vítor descobre que ela acabara de morrer, o que o leva a acreditar que o que atormentava a garota agora foi transferido para ele. O livro é bem dinâmico, e procurei frisar bem o desespero de Vítor conforme os fatos vão evoluindo e ele, tendo que se envolver cada vez mais para se ver livre do mal.
LAR: Que conselho você daria aos autores que ainda estão se preparando para Metamorfose - A fúria dos lobisomens?
Que, após terminarem de escrever o conto, peçam para que amigos leiam e dêem opiniões. Não só escritores, mas artistas em geral crescem muito ao saber lidar com as críticas. Também sugiro que pesquisem bastante. Por ser um livro em que todos escrevem sobre o mesmo tema, ganhará destaque aquele que trouxer algo novo ou conseguir tratar de algo comum, mas de forma diferenciada.
LAR: Gostaria de dizer algo antes de terminarmos a entrevista?
Convido a todos para que leiam o Draculea – O livro secreto dos vampiros, que
sem dúvidas é uma das melhores antologias que participei.E aguardem o Das Sombras, que sairá
Leo, super obrigado pela entrevista. A Literatura Fantástica nacional precisa de divulgadores como você, que a fazem crescer cada vez mais. Abraços a todos!
Parabéns Leonardo e Balbino, a entrevista ficou muito show.
ResponderExcluirSucesso para nós.
Abração,
Eu particularmente sou fã número 1 do autor e acho que, se escrevesse sobre Lobisomens, daria muito certo... Amei a entrevista
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